CENTRO
EDUCACIONAL “ANTONIO PORTO BURDA”
PROFESSORA:
ANA MARIA CAMILLO.
TURMA 3º
ANO “D”
ANO
2012.
PROJETO
: DE LAGARTA A BORBOLETA.
- Justificativa
Numa
tarde voltávamos da biblioteca onde havíamos feito a troca de
livros que os alunos iriam levar pra casa. Uma pequena lagarta
atravessava a calçada onde passávamos, sua cor amarela nos chamou a
atenção e acabamos levando o bichinho para a sala. No início foi
um interesse apenas meu que observando as peculiaridades da lagarta
fiquei encantada em ver tão de perto a beleza do animalzinho,
comecei a chamar a atenção dos alunos para as patinhas
diferenciadas do inseto, sua cor de um amarelo transparente. De
imediato a turma se acendeu e a curiosidade foi como chama em um
botijão a gás. Observamos o bichinho, e realizamos desenhos sobre
ele. Quando fomos devolvê-los na árvore de onde ele havia saído,
percebemos que lá era na verdade um imenso campo de criação de
borboletas, onde tinham, em todas as fases da mesma. Recolhemos a
lagarta novamente e levamos para a sala onde colocamos a mesma num
pote improvisado servindo de um mini borboletário.
Nasceu a
partir desse momento a idéia de desenvolver um projeto tendo como
tema o desenvolvimento das lagartas, desde sua fase inicial de ovos
posteriormente de lagartas á borboletas.
2
Objetivo geral:
- Observar, analisar, realizar comparações sobre a evolução da vida das espécies de borboletas, utilizando recursos de prática inclusiva e democrática através da aplicação de recursos didáticos, físicos, tecnológicos para favorecer o aprendizado do ciclo da vida de uma borboleta, , percebendo que diante de um fato corriqueiro do nosso dia a dia podemos tirar lições de aprendizagem maravilhosas e significativas para nossa vida.
2.1
Objetivos específicos:
- Observar o local onde encontramos as lagartas reconhecendo a presença de outros indícios de como ocorre o ciclo de vida de uma lagarta ,realizando levantamento de hipóteses de que fase cada indício pertence;
- Registrar o resultado do acompanhamento diário do desenvolvimento das lagartas;
- Apresentar a história Romeu e Julieta, da autora Ruth Rocha, na lousa digital para os aluno e posterior dramatização da mesma utilizando fantoches criados com dobraduras;
- Pesquisar na internet sites que apresentem o ciclo de vida de uma lagarta através de textos informativos, e de como construir um criadouro para as lagartas;
- Escrever um livro sobre as fases da lagarta.
- Relacionar a literatura infantil ao conhecimento científico realizando comparações para percepção das diferenças nos dois tipos de gênero textual;
- Aprimorar o conhecimento cientifico , conhecendo gêneros textuais e produzir a partir deles, uma fábula envolvendo borboletas.
- Realizar quadro comparativo sobre o que conhecíamos antes da aplicação do projeto e o que sabemos ao final do mesmo.
- Criar desenhos utilizando tinta guache para retratar a imagem que o projeto deixou de lembrança na memória dos alunos.
- Integrar as disciplinas do currículo, bem como ações e comportamentos esperados dos alunos aprimorando a postura dos mesmos, diante do conhecimento tornando-os mais investigativos, criativos e integrados ao meio em que vive.
3. Conteúdos curriculares
- Gêneros Textuais ( Fábulas e texto informativo);
- Desenvolvimento de habilidades de oralidade;
- Pesquisas na internet utilizando sites de busca;
- Produção textual através do relatório e da fábula.
- Formação dos ventos;
- Interpretação textual oral e escrita;
- Dobradura:
- Representação gráfica de conteúdos aprendidos.
4.
Metodologia
O presente projeto foi aplicado no Centro Educacional Municipal
Antonio Porto Burda , localizado no bairro São Miguel no município
de Fraiburgo Santa Catarina. A turma envolvida no projeto é o 3 º
ano “D” da professora Ana Maria Camillo.
A turma é composta de 27alunos, tendo um aluno que freqüenta o AEE,
o aluno apresenta um laudo de Retardo
Mental Leve(F70.0).
Primeiro
passo, montar quase que imediatamente um local para depositar as
lagartas levando em conta que este deveria ser ventilado, mas fechado
para que as lagartas não fugissem. Primeira ação coletiva, depois
da devolução foi de pesquisar na internet, como construir um
criadouro o qual nós o chamamos de borboletário. Os alunos
participaram no processo de pesquisa somente a construção foi
realizada pela professora (que percebeu depois que os alunos poderia
ter participado mais neste processo).
Durante
os primeiros dias recebemos mais lagartas que outras professoras que
viam a movimentação e empolgação da turma e até mesmo os alunos
encontravam na árvore quando tinha acesso ao local onde encontramos
a primeira e colocamos as novas lagartas, bem como casulos novos.
Passo
seguinte foi a necessidade de registrar o desenvolvimento da lagarta.
Acompanhamos diariamente o dia a dia no borboletário, anotando em
planilha construída pelos alunos com folhas sulfite seguindo
instruções da professora.
Realizamos
diariamente registro de acompanhamento do desenvolvimento das
lagartas.
Durante
o projeto, outras lagartas foram adicionadas ao borboletário vindo
de visitas nossas a arvorezinha, vieram casulos com borboletas,
casulos vazios, larvas em posição para formação de casulo.
A cada
borboleta que nascia, retornávamos a árvore de onde tirávamos os
casulos e lagartas e devolvíamos as borboletas. Nossas visitas
chamaram a atenção da direção que nos apoiou em todos os momentos
do projeto, a coordenação que inclusive nos levou lagartas para o
borboletário. Outras professoras também mostraram interesse no
trabalho. Levando os alunos para observar o desenvolvimento das
pequenas lagartas em seu processo de transformação.
No
decorrer desse tempo, apresentei a história Romeu e Julieta da Ruth
Rocha, vimos vídeo do youtube de um teatro encenado por crianças
que foi visualizado na lousa digital.
Propus
que realizássemos um teatro da história que foi imediatamente
aceito pela turma, e que tipo de apresentação faríamos.
O passo
seguinte foi de preparar fantoches, pois decidimos que a apresentação
seria de fantoches e a turma toda devia participar.
Fizemos
a dobradura de borboleta, que foi fixada em palitos de churrasco.
Confeccionamos também com dobradura uma coruja, que foi personagem
da história. Na história tem o amigo das borboletinhas um ventinho,
vi a possibilidade de incluir no projeto , outros conteúdos de
ciências levando em conta a importância da interdisciplinaridade no
processo educativo. Trabalhei o conteúdo sobre a formação do vento
e tipos de vento. Anotamos texto sobre a formação dos ventos e
realização de atividade sobre o texto, bem como fomos ao pátio da
escola para sentirmos o vento no nosso corpo. Fixamos fitas metálicas
nos braços e brincamos de ventinho.
Realizamos
ditado de música: O vento, palavra cantada, onde a professora
colocava a música, pausava e os alunos escreviam. Ao final da música
fizemos correção em duplas dos cadernos. Ao final a música foi
escrita em cartaz e fixada na parede.
Enquanto
isso continuava anotando os progressos das lagartinhas. Certo dia uma
delas fugiu do borboletario e foi parar no chão, eu sem vê-la,
pisei-a, machucando-a. Ela não morreu neste momento e continuava
andando, foi recolocada no borboletário,onde continuou seu
desenvolvimento. Percebemos que com o passar do dia ela tentava se
fixar nos galhos, mas não conseguia, presumiu-se que teria sido
machucado em uma parte de sua anatomia, um importante órgão que
fixa a lagarta e que faz o fino fio de seda prender sua cauda no
galho da árvore.
Dias
depois, a mesma acabou morrendo, causando tristeza na turma e
professora. Anotamos na planilha e fomos até a arvorezinha e
colocamos cuidadosamente embaixo dela, conversamos sobre a morte de
forma livre, onde os alunos puderam falar um pouco sobre suas perdas
e o que pensam sobre a morte, bem como alguns alunos fizeram a
relação de que o corpo da lagarta serviria de adubo para o chão
onde fora depositada. Este trabalho desenvolvido sobre a morte foi
realizado oralmente.
Os
alunos encontraram em suas visitas na internet uma gravura para
colorir que apresentava todas as fases da borboleta, copiei e
reproduzi e com elas montamos um livro sobre as fases da vida da
lagarta, com a pesquisa na internet sobre cada fase.
A partir
deste momento fizemos a comparação dos dois textos, da história
escrita pela Ruth Rocha e dos textos encontrados que falavam da
metamorfose, observando a diferença na intenção dos autores, os
alunos ouviram a história da Primavera da lagarta , da mesma autora
e nesta pudemos observar que a mesma mostrou as fases da lagarta.
Falamos
então sobre as falas dos bichos nesta história e apresentei para
eles algumas fábulas e que este tipo de texto é feito de forma
diferenciada, assistimos ao filme vida de inseto (em um dia que fomos
devolver duas borboletinhas na arvore uma aluna encontrou um
gafanhoto, que trouxemos para a sala e pesquisamos um pouco sobre
ele),
Esta foi
a motivação para que os alunos escrevessem as suas fábulas.
Enquanto
estávamos desenvolvendo as atividades do
projeto ensaiávamos o teatro de fantoches. Essa apresentação
ocorrerá para as demais turmas da escola em data posterior a entrega
desse projeto.
Finalizando
o trabalho com o projeto, pedi que os alunos escrevessem em uma folha
o que sabiam antes do projeto, e depois o que sabem agora sobre as
lagartas e seu ciclo de vida.
No
outro dia no quadro, coletivamente eu fui anotando o que as crianças
relataram e montamos um grande painel com conteúdos pré e pós
projeto, levando em conta todas as informações que encontramos. Os
alunos ficaram impressionados do tanto que aprenderam com o
trabalhão, e eu também.
5.
Avaliação
Como
forma de avaliação no final do projeto, construímos um paralelo
entre o que nós sabíamos sobre a vida das lagartas antes do projeto
e o que sabemos agora. O trabalho foi realizado em duas etapas, uma
para comparar o aprendizado individual e depois construção da mesma
em cartaz da turma.
Finalizando,
cada aluno recebe uma cartolina branca e realiza seu trabalho de
desenho colocando o que aprendeu sobre as borboletas e o que mais
gostaram, esses trabalhos serão expostos para a escola em forma de
exposição artística que vai ser exposta quando apresentarmos o
teatro que no momento já está montado e ensaiado.
6.
Auto avaliação
Meu nome
é Ana Maria Camillo, sou professora há 22 anos, sou formada em
Pedagogia e Pós graduada em Práticas Pedagógicas
Interdisciplinares. Faço regularmente cursos de especialização que
são oferecidos pela Secretaria de Educação do meu município, já
fiz cursos por conta própria por entender que sou mais responsável
pela minha formação do que a Instituição a qual trabalho. Em
minha trajetória profissional já vivi experiências significantes,
mas esta em especial me fez muito feliz, pois às vezes por mais que
nos esforcemos para atingir a uma turma toda com nossas estratégias
para repassar os conteúdos, nem sempre atingimos a todos. Com esse
projeto consegui atingir todos, pois consegui trocar experiências e
acompanhar todos e em cada nova atividade algum aluno me surpreendia.
Eu mesmo estava fascinada com tudo, para mim o aprendizado foi muito,
muito significativo, eu vivi o projeto em sua abrangência, senti que
poderia ter realizado mais, mas o tempo e as outras disciplinas e
amplitude do nosso trabalho não permitiu. Em todos os dias consegui
estabelecer uma rotina na aplicação do projeto.
Ver a
motivação nos olhos dos alunos me levava ainda mais esmiuçar e
criar novas atividades para a turma. Apesar de que durante o processo
todo fui percebendo em algumas situações que poderia ainda ter
feito mais, ter ampliado mais as atividades, mas o tempo também era
limitado. No ambiente escolar contagiamos a outros docentes, que
percebiam a nossa interação com o que fazíamos, e isso me deixa
realizada profissionalmente, pois acredito que nosso trabalho deve
ultrapassar as fronteiras de nossa sala de aula, e se consegui com
esse trabalho instigar minhas colegas, e receber da direção a sua
inteira cooperação para a realização do meu trabalho, afirmo que
minha auto avaliação é positiva, pois consegui um bom resultado
não só para meus alunos e eu, mas
porque pudemos exalar o perfume do aprendizado, trazendo para o nosso
trabalho o esvoaçar das asas de outras borboletas, posso afirmar que
quando começamos o trabalho éramos lagartinhas no que conhecíamos
sobre esse conhecimento e hoje já estamos de asas bem abertas e
alçando vôos significativos em rumo ao nosso desenvolvimento
acadêmico.
Aprendi
principalmente que podemos integrar as disciplinas do currículo, bem
como ações e comportamentos dos alunos aprimorando a postura dos
mesmos diante do conhecimento tornando mais investigativo criativo e
integrado ao meio em que vive. Perceber que diante de um fato
corriqueiro do nosso dia a dia podemos tirar lições de aprendizagem
maravilhosas e significativas para nossa vida.